Capitulo 1

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Túlio

- Seu bobô. Diz entrelaçando as mãos em meu pescoço. - Já te disse o quanto eu te amo? Ela abre um sorriso meigo. Aquele sorriso é meu remédio é a minha paz.

- Você sabe que sou louco por você. - Aproximo de sua boca, Dou-lhe um selinho demorado que se forma um beijo apaixonante e ardente. Aliso seus lindos cabelos longos castanhos. Não havia um outro lugar para mim do que em seus braços.

- Sai, Sai . - Ela me empurra bruscamente. - Porque Túlio ? Porque ? Eu nunca mais quero te ver. - Seu tapa em meu rosto fez um estralo tão alto que acordo assustado.

Suspiro horrorizado. Era apenas um pesadelo. - Passo a mão em meu cabelo bagunçando, Sento na beira da cama.

Não é possível que ainda penso nela, já se passaram tantos anos. - Aperto meus olhos devagar com o polegar e o indicador, tentando esquecer o pesadelo.

Tomo um banho demorado, bem morno quase frio. Enrolo-me na toalha pego outra e saio do banheiro enxugando meu cabelo. Olho meu celular piscando a luz de chamada, o pego em cima da comoda cinza, na frente da minha cama. Três ligações da mamãe. O que deve ter acontecido? Já passa das duas da manhã.

Vou até a cozinha abro a geladeira pego uma garrafinha d'água, bato a porta da geladeira mais forte do que imagino. Olho a garrafinha e a segurando com força.

- Sério? -Arqueia a sombra celha. - Já não te disse para fechar a porta e não estorar ela, seu bobo. - Balança a cabeça negativamente sorrindo. - Vem meu incrível Hulk, vamos deitar, quero ver essa força aqui na cama.

Escuto o som do meu celular tocando que me traz de volta a realidade.

- Alô. -Atendo sem olhar para o visor.

-Filho? o acordei? - Meu pai pergunta com um tom preocupante. Não deve ser coisa boa, ele nunca me ligou tal hora.

- Não pai, já ia retorna as ligações da mamãe, o que esta acontecendo ? A Aflição toma conta de mim não consigo pensar em nada de bom, só em coisas ruins.

- Vou ser direto filho, preciso que venha logo para o Brasil. Sua avó não esta bem, ela esta internada. As coisas estão complicadas sua mãe esta péssima e precisa de você tanto como sua avó. - Ao saber da noticia o piloto automático tomou conta de mim, respondi ao meu pai e desliguei. Será um sinal? Será que chegou a hora de voltar ? Já se passaram sete anos, sete anos que não piso meus pés ao Brasil, Londres tem sido a minha morada desde então.

Afasto a cortina da janela, a vista das luzes das casas e os prédios são acolhedoras. É... chegou a hora de voltar, minha família precisa de mim. - Solto a cortina que tampa minha visão. Meu quarto de mantem escuro só com a claridade do abajur acesso. Jogo a mala em cima da cama, arrumo a com algumas peças de roupa, não muitas, minha passagem por lá será rápida.

Ligo para empresa e organizo tudo para viajem. Visto meu terno cinza zumbo. Ajeito o nó da minha gravata preta que está em destaque com a camisa branca, pego o palito e o seguro junto com a mala. Fecho a porta do apartamento com um calafrio na espinha.

- Já vai amor? Emburrado. - Olho-a de calcinha vermelha com minha camisa branca. Ela desliza os dedos dos pés na outra perna. Me atentando. Me chamando.

-Você sabe que amanhã eu tenho que estar cedo na facul, e já são três horas da manhã, preciso dormir!

-Eu sei um jeitinho que vai te fazer dormir tá? - Ela fala com tanta malicia, sua boca mal termina de completa a frase e já a devoro. Ela me empurra com força para dentro do elevador e pula em meu colo, se encaixando em meus quadris, suas mãos brincam em meus cabelos e sua língua em minha boca.

- Senhor, Senhor. - Sinto um cutucão no ombro. É o motorista da empresa. Dou-lhe a mala e entro no carro. Ele bate a porta. logo agora que estou voltando para o Brasil eu começo a lembrar dela a cada passo.

***

- Senhor Túlio com licença o piloto mandou avisar que vamos aterrizar.

Aceno positivamente para moça de bordo. Dou meu ultimo gole no uísque.

Sinto os pneus chocarem no chão. Respiro fundo. Minhas mãos estão tremulas.

Desço cada degrau da escadinha do avião como se fosse a minha própria execução. Piso em terra firme e um nó em meu peito aberta tão forte, que mal consigo respirar.

Enfim... Brasil, nunca mais pensei que voltaria para ca, e aqui estou eu.

Entro no carro que já estava em minha espera e peço que me leve direto para o hospital. Olho pela janela cada detalhe pequeno, como o asfalto, placas, sema faro, estou em êxtase. Esse cheiro de poluição, confesso que estava até com saudade.

Era VocêWhere stories live. Discover now