A BÊBADA E O EQUILIBRISTA - FINAL 2

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Oiiii!

Faremos uma inversão: antes de apresentar o final escolhido pela maioria, apresentaremos o final 2 onde a Carol dá um enorme vexame!

Confiram!!!!

Eu estava feliz, o palco, definitivamente, era o meu lugar preferido, mas não podia ignorar a ânsia de vômito

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Eu estava feliz, o palco, definitivamente, era o meu lugar preferido, mas não podia ignorar a ânsia de vômito. Quando terminei de cantar, parecia que o pássaro de fogo havia se alojado em meu estômago e se debatia lá dentro para escapulir pela minha boca.

Eu olhei em volta, procurando por Valter, mas ele havia desaparecido do meu campo de visão, o que me deixou ainda mais nervosa, já que se mostrou, mesmo que por um breve período de tempo, ser excelente em contenção de danos.

Respirei profundamente umas três vezes seguidas, engolindo o ar frio pela boca, numa falha tentativa de empurrar para dentro o que não deveria sair, mas ao contrário do Valter, eu não era tão boa em resolver panes, ainda mais quando eu era o defeito em questão.

Quando percebi que não teria jeito, soltei o violão no chão e pressionei as duas mãos sobre os lábios, mas a barreira não foi suficiente para conter a enxurrada que se aproximava. O vômito "choveu" pelos meus dedos e salpicou todos os que estavam próximos a mim, inclusive algumas pessoas da plateia. Ciente de que o estrago estava feito, deixei que a barreira se rompesse e debrucei meu corpo para a frente, permitindo que a lava que rasgava meu esôfago saísse logo de uma vez.

O que eu havia comido antes do show?

Ah, lembrei-me das batatas fritas, bem crocantes, e do cachorro quente cheio de molho acompanhado da coca-cola geladinha. Agora estava tudo quente, assim como o meu rosto em brasa.

Assim que vomitei tudo o que tinha que vomitar, olhei para o chão nada limpo e senti vontade de enfiar a minha cara em qualquer lugar onde ninguém me visse nunca mais.

Que vexame!

Pensei em sair correndo do palco, mas percebi que era uma péssima ideia assim que dei meia volta e escorreguei na minha própria imundície, caindo de bunda no chão. Valter apareceu nesse exato momento e me estendeu o braço, erguendo-me do chão.

Agradeci por ele estar ali e por não receber mais nenhuma vaia do público, como há poucos instantes. As pessoas estavam mudas, talvez com pena ou vergonha alheia, não sei dizer. Um flash ou outro me deu uma prévia de como o meu show seria noticiado na Internet, mas eu não podia pensar nisso agora.

— Não se deixe abater. — Valter cochichou em meu ouvido. — Vire-se para o público e se despeça antes de sair.

— Eu não consigo.

— Consegue, sim — encorajou-me. — Cabeça erguida, Carol, você é mais forte do que pensa.

Eu respirei fundo, acenei positivamente para ele e fiz o que me sugeriu. O público, ao contrário do que eu esperava, me aplaudiu, alguns até gritaram na gaiatice:

— Quem nunca?

E isso foi o suficiente para arrancar risos e amenizar o meu escárnio público.

Valter me levou para o banheiro mais próximo e chamou uma das meninas da banda para ajudar a me despir. Conseguiu toalhas, sabonete e uma muda de roupa limpa. Algum tempo depois, eu saio do banho muito mais digna do que quando entrei. Valter está ao telefone e desliga assim que me aproximo.

Ficou me esperando esse tempo todo?

— Tive medo que desmaiasse e precisasse de ajuda.

— Ah, não, já extrapolei o número de quedas diárias. — Ele sorri. — Uma bundada no chão por dia é o suficiente.

— Ainda bem que tem bunda em fartura para amortecer a queda. — Ele brinca e eu fico rubra. — Desculpa, achei que depois de hoje não sentisse vergonha de mais nada.

— Só vou descobrir isso amanhã, quando tiver sóbria e equilibrada.

Valter toca em uma mexa do meu cabelo e eu recuo.

— Desculpa, não estou pronta para isso.

— Achei que eu que estivesse que estar pronto, não é qualquer um que consegue limpar vômito de cabelo alheio.

— Meu Deus, que vergonha! — Tento eu mesma limpar o meu cabelo.

Ele começa a rir e eu não resisto ao seu sorriso lindo. Não sei se o álcool que ainda se aloja em meu corpo ou se a decepção amorosa recente, mas sinto-me vulnerável perto dele.

Xô, tentação!

— Vamos? Preciso ajudar a tirar os apetrechos que estão no palco e acertar o agendamento do show.

— Já fiz isso. — Mostra o telefone. — E se for da sua vontade, pode voltar no próximo fim de semana para fazer o show.

— Achei que eles fossem pedir o dinheiro de volta.

— Que nada! — Colocou as mãos dentro do bolso da calça e começamos a andar lado a lado. — Parece que o público gosta de artista que dá vexame.

Eu sorrio, incrédula.

— Na verdade, está até famosa agora.

— Sério?

— Não — ele sorri debochado —, mas tenho certeza que o esse show foi inesquecível para muitas pessoas.

— Espero que eu esqueça dele rapidinho.

A gente gargalha e sai dali indo encontrar os meus colegas de palco.

Happy hour? — O tecladista convida.

— Eu tô fora, vou para casa tomar água e muito chá.

Despeço-me de todos e saio do clube, mas não antes de me virar para trás e acenar para Valter.

— Obrigada! — Soletro e ele acena com a mão como se não tivesse feito nada demais.

Do lado de fora recebo alguns acenos da plateia que já se dispersou. Aceno de volta antes de ir embora. No caminho vou refletindo sobre o que Valter falou: "Você é mais forte do que pensa."

É, acho que sou mesmo.


FIM


By @FabiDias

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Deixem seus comentários e aguardem o outro final! 

VOCÊ DECIDE (contos onde o leitor escolhe o final)Where stories live. Discover now